Por que estudar desvio padrão
Ao escutar o áudio de corações diferentes percebe-se que, sabendo a posição da quantidade de batimentos cardíacos por minuto, podemos determinar a idade do dono do coração. Ter um posicionamento dentro do seu conjunto de dados é importante, mas algumas vezes não é o único dado a se analisar. Ao verificar se um paciente tem problemas cardíacos procura-se, além do número de batimentos por minuto, seu ritmo no electrocardiograma. No caso, estuda-se o ritmo do coração, se ele muda bastante de passo ou não, em outras palavras, o quanto dispersos estão os batimentos comparados com a média. Repare na diferença entre os seguintes áudios:
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Você sabe dizer qual coração tem arritmia?
Vamos para outro exemplo, vamos estudar as seguintes séries:
X: 70, 70, 70, 70, 70
Y: 68,69, 70, 71, 72
Z: 0, 10, 70, 110, 160
A média aritmética para cada série é 70, apenas a série X tem moda, e a mediana das 3 é 70. Apesar disso, notoriamente, as três são bem diferentes.
Chama-se dispersão ou variabilidade a maior ou menor diversificação dos valores de uma variável em torno de um valor de tendência central tomado como ponto de comparação. No caso do exemplo, X tem dispersão nula, enquanto Y tem uma dispersão menor que Z.

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Como calcular variância e desvio padrão
Como índices de variabilidade estável, são utilizados a variância e o desvio padrão.
A variância baseia-se nos desvios em torno da média aritmética, porém determinando a média aritmética dos quadrados dos desvios. Assim, é representada por s²:
Sendo a variância calculada a partir dos quadrados dos desvios, ela é um número em unidade quadrada em relação à variável em questão, o que, sob o ponto de vista prático, é um inconveniente; imaginou-se uma nova medida que tem utilidade e interpretação prática, denominada desvio padrão, definida como a raiz quadrada da variância:
Propriedades
1º: O desvio padrão é sempre positivo ou nulo. O desvio padrão de uma constante é nulo.
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2º: Somando-se (ou subtraindo-se) uma constante c de todos os valores de uma variável, o desvio padrão continuará o mesmo, uma propriedade chamada invariante por translação.
3º: Multiplicando-se (ou dividindo-se) todos os valores de uma variável por uma constante c, o desvio padrão fica multiplicado (ou dividido) por essa constante.
Desvio para dados não-agrupados
Toma-se como exemplo a seguinte série da variável x:
X: 40, 45, 48, 52, 54, 62, 70
O modo mais prático para calcular o desvio padrão seria criar uma tabela dos dados e seus quadrados:
x | Média | desvio | desvio quadrado |
---|---|---|---|
40 | 53 | -13 | 169 |
45 | 53 | -8 | 64 |
48 | 53 | -5 | 25 |
52 | 53 | -1 | 1 |
54 | 53 | +1 | 1 |
62 | 53 | +9 | 81 |
70 | 53 | +17 | 289 |
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Desvio para dados agrupados: sem intervalos de classe
Como para este caso temos a presença de frequências devemos levá-las em consideração, multiplicando o quadrado do desvio pela frequência, resultando na fórmula:
Como exemplo:
x | Frequência | Média | desvio | desvio quadrado | Desvio quadrado* frequência |
---|---|---|---|---|---|
0 | 2 | 2,1 | -2,1 | 4.41 | 8.82 |
1 | 6 | 2,1 | -1,1 | 1.21 | 7.26 |
2 | 12 | 2,1 | -0,1 | 0.01 | 0.12 |
3 | 7 | 2,1 | +0,9 | 0.81 | 5.67 |
4 | 3 | 2,1 | +1,9 | 3.61 | 10.83 |
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Desvio para dados agrupados: com intervalos de classe
Para intervalos de classe considera-se o ponto médio como o valor daquela classe.
Como exemplo:
Classe | Ponto médio | Frequência | Média | desvio | desvio quadrado | Desvio quadrado* frequência |
---|---|---|---|---|---|---|
0 - 2 | 1 | 2 | 5 | -4 | 16 | 32 |
2 - 4 | 3 | 2 | 5 | -2 | 4 | 8 |
4 - 6 | 5 | 2 | 5 | 0 | 0 | 0 |
6 - 8 | 7 | 2 | 5 | +2 | 4 | 8 |
8 - 10 | 9 | 2 | 5 | +4 | 16 | 32 |
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Coeficiente de variação
O desvio padrão por si só não nos diz muita coisa. Assim, um desvio padrão de duas unidades pode ser considerado pequeno para uma série de valores cujo valor médio é 200; no entanto, se a média for igual a 20, o mesmo não pode ser dito.
Além disso, o fato de o desvio padrão ser expresso na mesma unidade dos dados limita o seu emprego quando deseja-se comparar duas ou mais séries de valores, relativamente à sua dispersão ou variabilidade.
Para contornar essas difilcudades e limitações se utiliza o coeficiente de variação (CV):
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Assim, para o último exemplo onde:
Exercícios
(a) 1,3,4,9;
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(b) 20, 14, 15, 19, 21, 22, 20;
2) Calcule os desvios padrões dos seguintes conjuntos:(a) 17.9, 22.5, 13.3, 16.8, 15.4, 14.2;
(b) -10, -6, 2, 3, 7, 9, 10;
3) Calcule os desvios padrões da seguinte distribuição:X | Frequência |
---|---|
2 | 1 |
3 | 3 |
4 | 5 |
5 | 8 |
6 | 5 |
7 | 4 |
8 | 2 |
X | Frequência |
---|---|
1,5-1,6 | 4 |
1,6-1,7 | 8 |
1,7-1,8 | 12 |
1,8-1,9 | 15 |
1,9-2,0 | 12 |
2,0-2,1 | 8 |
2,1-2,2 | 4 |
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Gabarito
1) a. 2,94; b. 2,81;
2) a. 3,01; b. 7,03;
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3) 1,51;
4) 0,159;
5) 8,03%
6) Estatística
7) Estatura
8) 5,41
9) 51,7
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